Centenário de Mazzaropi
Brasil comemora centenário de Mazzaropi
Ator e diretor foi responsável pela popularização do caipira Jeca Tatu
Mazzaropi em cena do filme O corintiano
Instituto Amácio Mazzaropi/Divulgação
O Brasil comemora nesta segunda-feira (09/04) o centenário de um artista genial, talvez o mais popular de toda a história do país: o paulista Amácio Mazzaropi (1912-1981), que por mais de 50 anos fez o povo rir. Foi ele quem popularizou a figura do caipira, o Jeca Tatu, um personagem cujos hábitos se tornaram familiares para brasileiros de todas as latitudes. Nascido no bairro paulistano de Santa Cecília, Mazzaropi desde cedo mostrou inclinação para a arte de interpretar. Fugiu de casa aos 14 anos e entrou para um circo mambembe, uma trilha que o levaria ao rádio, ao teatro, à TV (participou da criação da TV Tupi) e ao cinema, quando foi contratado pela Vera Cruz. O cinema, afinal, iria se tornar o seu principal meio de expressão.
Graças ao lançamento dos seus filmes em DVD – que podem ser comprados bem baratinhos nos grandes magazines –, as novas gerações puderam conhecer o legado de Mazzaropi. Ele dedicou 30 de sua carreia quase que exclusivamente ao cinema. Durante esse tempo, foi protagonista de 35 filmes, 24 dos quais produzidos pela PAM – Produções Amácio Mazzaropi, a companhia que montou em Taubaté, no interior de São Paulo, onde erigiu um estúdio equipado com tudo o que precisava para realizar um longa-metragem por ano. Taubaté sedia um museu dedicado ao artista e criou um dia em sua homenagem.
Apesar de nunca haver sido reconhecido pela crítica, Mazzaropi foi um fenômeno de sucesso e popularidade. Nenhum dos seus filmes, que nunca ganharam críticas positivas, foi fracasso de bilheteria. O público de cada longa girava em torno de 2 a 6 milhões de espectadores, um assombro para os padrões atuais. O crítico Paulo Emílio Salles Gomes, que também detratou o ator/cineasta no início de sua carreira, mudou de pensamento quando acompanhou os filmes de Mazzaropi a partir do longa Uma caipira em Bariloche, de 1972. Ele escreveu: “O melhor de seus filmes é simplesmente ele próprio. Completando: O segredo de sua permanência é exatamente a antiguidade, ele atinge o fundo arcaico da sociedade brasileira em cada um de nós”.
Leia a reportagem completa na edição desta segunda-feira (09/12) no Caderno C, do Jornal do Commercio.